Tenho umas saudades de escrever. Aqui.
Logo. Amanhã. Ou além. Vou escrever.
Talvez pudesse o tempo parar. Quando tudo em nós de precipita. Quando a vida nos desgarra os sentidos. E não espera, ai quem dera. Houvesse um canto pra se ficar. Longe da guerra feroz que nos domina. Se o amor fosse um lugar a salvo. Sem medos, sem fragilidade. Tão bom pudesse o tempo parar. E voltar-se a preencher o vazio. É tão duro aprender que na vida. Nada se repete, nada se promete. E é tudo tão fugaz e tão breve. Tão bom pudesse o tempo parar. E encharcar-me de azul e de longe. Acalmar a raiva aflita da vertigem. Sentir o teu braço e poder ficar. É tudo tão fugaz e tão breve. Como os reflexos da lua no rio. Tudo aquilo que se agarra já fugiu. É tudo tão fugaz e tão breve.
MafaldaVeiga, Fragilidade