terça-feira, março 30, 2010

[Tão] Simples são as coisas.

De vez em quando preciso que me chames atenção / Diviso passos avesso à emoção / Tu sabes preciso desse teu abraço / É que o dia hoje esteve contra mim / Por ser assim pedaço de papel deitado fora num jardim / Tu sabes as palavras vão fugindo daqui / Há fantasmas dentro de mim / A desmembrarem-me assim / Mas qual a inquietação / Qual versão do meu devir / Se dou o melhor de mim / Dias melhores hão-de vir / E se houver um tudo-nada que faça fugir / Há sempre uma estrada a cumprir / E se houver voos de inverno o perigo / Se houver inferno se for preciso / Tu vais lá estar / Incita-me olhares que façam sorrir / Inventa-me um céu onde possam surgir / Dias de sol mais de ti / Nas coisas simples, nas simples coisas / Como acreditar, levantar e caminhar de pé / Mas à distância do chão caminhar de pé / Sabes tu tens razão um abraço é alento uma maré.

5/1 - Simples são as coisas *

Melhor letra - FÉstival 2010

* Sou uma irmão orgulhosa em letras pequenas para não os estragar mas de elogios merecidos...

Quem ouviu quer mais!

sábado, março 27, 2010

[moving] tiempos de pequeños movimientos

... movimientos en reacción. Una gota junto a otra hace oleajes, luago, mares... océanos. Nunca una ley fue tan simple y clara: acción, reacción, repercusión. Murmullos se unen forman gritos, juntos somos evolución.

Moving, all the people moving, one move for just one dream. We see moving, all the people moving,one move for just one dream.

Escucha la llamada de "Mama Tierra", cuna de la creación. Su palabra es nuestra palabra, su "quejío" nuestra voz. Si en lo pequeño está la fuerza, si hacia lo simple anda la destreza. Volver al origen no es retroceder, quizás sea andar hacia el saber...

quinta-feira, março 18, 2010

[tempo] se cuidas de mim.

Não que isto interesse à maior parte das poucas pessoas que aqui passam mas acabo de ficar de férias por uns 17 dias que me vão saber a céu. É importante? Talvez não.

Mas não sei onde é que acaba a minha felicidade neste momento.

E quero tempo para concretizar músicas.

Como esta.

* * *

quarta-feira, março 17, 2010

"She wants to know if I love her. That’s all anyone wants from anyone else, not love itself but the knowledge that love is there, like new batteries in the flashlight in the emergency kit in the hall closet.”

Jonathan Safran Foer, Extremely Loud and Incredibly Close

sábado, março 13, 2010

Facebook meu, Facebook meu... que médica serei eu?

Eu já desconfiava! Andava-me assim a morder a perna que é como quem diz com a pulga na meia...
... mas o quiz do Facebook confirmou.

Ora, em menos de 1 minuto desfazem-se todas as dúvidas que pa(i)ram nessas cabecinhas.

Como no Pingo Doce: sem inclinações, vocações ou outras promoç... coisas acabadas em "ões" como "jeitinho para a coisa", com o Facebook é limpinho... algumas perguntas como "o que costumas fazer para passar o tempo?", "qual a tua cor favorita?" ou "qual a série que mais vês?" e eis que temos a resposta de uma vida (a de estudantes, pelo menos) aos nossos olhos!


Venham os bisturis e as suturas que a habilidade no manejo o Facebook garante!
- - -
* A validade do quiz foi criteriosamente testada, avaliada e confirmada com a obtenção do resultado "perfeita" no quiz "Que tipo de namorada és?". Só para que conste: o Facebook não mente.

quarta-feira, março 10, 2010

And [today] I could write a song a hundred miles long...

...Well, that's where I belong. And you belong with me.

quinta-feira, março 04, 2010

54' 16''

Outra. Linda, brilhante, às vezes perturbadora. Desta vez por parte de ambos: entrevistado e entrevistador. Como quem assiste a uma conversa de amigos que não parecem ser. Respostas profundas - tantas vezes tão sabiamente esguias - a perguntas destemidas e muito arrojadas. Duas inspirações distintas para o dia de hoje. Dois Antónios. Dois homens invulgares. Aqui.
* * *

terça-feira, março 02, 2010

Do que trago comigo.

Em nenhuma outra noite como nesta eu teria entendido tão bem o significado de um salmo, tão funda e enraizada estava a minha vontade no concreto da minha vida. Tantas graças tinha eu a dar a Deus.
Tínhamos chegado a Lwena ia já alta a noite depois de um dia e meio a bater estradas muito más que me tinham já deixado mazelas no corpo. As primeiras horas de caminho foram feitas emersa no espanto pela riqueza das imagens mais bonitas e menos bonitas que são constantes e na aventura expectante de um balanço ou manobra mais arrojados do Toyota em que seguíamos. A primeira metade do caminho é deslumbramento. A segunda não. O mau estado dos caminhos moeu-me o corpo e eram umas 23h30 do segundo dia quando chegávamos a Lwena comigo num estado aproximado ao transe a que um sofrimento mantido pode levar.
Nessa noite o gerador desligou-se mais tarde para que quando chegássemos fossemos acolhidos por todos os que também não tinham ido para a cama com o gerador porque nós chegávamos. E estavam praticamente todos lá, ainda que na altura eu não lhes conhecesse nem o nome nem as caras por só uma me ser familiar nessa noite. A todos os outros fui chegando com o tempo.
Nesta primeira noite, e apesar do corpo moído mas de alma tranquila por ter chegado onde haveria de pertencer, foi à volta da mesa que trocámos as primeiras palavras, respostas típicas a perguntas típicas: os “comos” e os “porquês” de também eu estar ali. Outras respostas daria numa das últimas noites em que as conversas já à luz da vela, muito depois de desligado o gerador, se tinham à volta da mesa da cozinha da casa dos voluntários do VIS.
Nesta primeira noite, porque os outros estavam todos ocupados, foi-me destinado um dos dois quartos do pequeno anexo ao fundo do quintal da casa. Já à luz fraca de uma vela fraca dei comigo num sitio onde fazia frio durante a noite, em que entre a porta e o chão havia quatro dedos de altura. Nas primeiras noites a mala que tinha levado tapava essa grande fresta assim que fechava a porta do quarto. Ao fim de umas noites tranquilizava-me mais que a fresta se mantivesse livre não fosse alguma criatura de Deus entrar-me no quarto e não conseguindo sair virar-se contra mim. Ora todas as noites seguintes foram passadas numa cordial convivência com as criaturas mais prováveis ao fundo de um quintal em Lwena.
Como com a lua pela janela entreaberta. Como com o movimentos e as palavras trocadas e as gargalhadas na rua entre os que saíam assim que o sol começava a raiar ainda antes das seis da manhã.
Mas estava nos salmos e em como nesta noite entendi o verdadeiro sentido destas palavras. Já deitada no colchão com três dedos de altura sobre um estrado de madeira o corpo fatigado queixava-se e os salmos eram “Oração de Confiança”, “Súplica e Acção de Graças” como nunca antes.
Agora, é pela noite dentro, quando já não há movimento ou rumor algum aqui por casa, que volto às fotografias de tudo e de todos aqueles que de alguma forma não ficaram suspensos nesse Agosto de 2009. Volto para ouvir as mães cantarem músicas que não sei do que falam mas há-de ser, com certeza, da esperança e da fé em cada dia novo. E fortaleço-me. Torno aos colos embrulhados em padrões de cores vivas para neles deitar a cabeça em busca dos gestos ternos, consolo e ânimo, que não faltam na mão destas mulheres. Volto como me inclino para o afago do Pai hoje num poema. Volto sem segurar sempre as lágrimas que não sei se são mais de desânimo, de saudade, de tristeza ou de alegria imensas.
Ainda lá, e à medida que se aproximava a altura de voltar, para regressar a Luanda foi preciso tentar algumas vezes conseguir o malfadado voo militar. Este acabou por surgir numa manhã, imprevisivelmente, e teve mesmo que ser aproveitado não fosse não haver outro tão cedo.
No fim acabei por não me despedir de quase ninguém e isso que faz-me crer que hei-de voltar a Lwena, um dia, por ter ficado tanto por fazer e dizer mas tanto mais por Ser.
Hoje, saudades.


vem procurar-nos


Deus que escutas o mundo,

e o barulho dos nossos corpos contra o molhe,

vem procurar-nos ao fundo da nossa noite,

lá onde os fantasmas nos devoram

e as belas palavras nos desmultiplicam

vem procurar-nos, Deus

ao fundo da nossa profissão de descontentamento

e de exportadores de deuses


não nos entregues aos nossos próprios discursos;

dá-nos antes um corpo de escuta e de desejo

para que te reconheçamos ao largo das nossas vidas.

livra-nos, Senhor,do medo de sermos encontrados diante de ti

como uma chaga aberta ou fonte

e concede-nos que te digamos

com toda a água e todo o sal da nossa vida

segunda-feira, março 01, 2010

"Como quem não quer a coisa" é sempre uma bela expressão.

Tenho para mim que com 30 cêntimos por dia a partir de hoje, o equivalente a um café rasco numa daquelas máquinas duvidosas perdidas em numerosos recantos dos mais diversos edifícios...

... e dia 1 de Junho autopresenteio-me.

213 x 296 mm 1086 gr

... e muito pop-up. Lindo.

Muito lindo. hUnf, hUnF...