segunda-feira, outubro 29, 2007

Acção de Graças

Gosto quando a moleza própria do cansaço típico dos fins dos dias que, alegremente, cansam me embala a escrita. É sempre sinal de que fui tirando o melhor de cada uma das partes do todo em que me dei com os outros. Ter-Te sempre tão perto a ponto de sentir-Te a mão que me impele para diante para que dê os passos e tome as decisões.
Hoje agradeço porque “nada é coincidência, tudo é providência”e por chegar a ser impressionante a forma como Fazes suceder os sinais, elucidar as pistas e iluminar os caminhos. Por quem segue comigo longe, perto e assim-assim. Pela dose extra de energia compatível comigo, pelas surpresas feitas amigos que já faziam falta. Porque sempre que passamos por achar que não há para onde ir nem que fazer, porque nem sempre sabemos bem quem somos nos mundos tão grandes e frios onde a missão-vocação de cada um exige que estejamos, Pões sempre, em nós, qualquer coisa que nos faz querer… querer ser alguém. E aí a Vida deixa de poder parar, a viagem é sem regresso e vamos como ventos: com tudo para dar, sem tempo a perder e a saber que podemos e vamos chegar onde Tu nos queres levar.
Obrigada pelas caras novas e pelo acolhimento. Senti-me num grande e apertado abraço cor azulorbis. Obrigada pelos exemplos de dedicação e de esforço despretensiosos, pela fonte de Amor que brotou hoje no meio da cidade que ficou, há pouco e por pouco, para trás. Por me Renovares a vontade de “me consumir como vela que arde no altar, consumir de Amor. Só por ti, Jesus”. Por querer ser aquilo que Queres e saber que “sozinha eu não posso mais viver”.
“Juntos podemos e vamos mudar o Mundo” é a única frase que, repetida insistentemente, não se gasta nem se desvanece. Queiramos nós!
Amén.

domingo, outubro 21, 2007

Dia Mundial das Missões


TODOS EM MISSÃO

Onde quer que estejas. Seja qual for a tua idade e profissão. Cultives os sonhos e projectos que cultivares. Tenhas as aspirações que tiveres. A missão é a força dinâmica da vida a que estás chamado.
Estar em missão é sentir a urgência do amor com que Deus ama o mundo. É deixar-se envolver por Jesus Cristo na sua paixão pela humanidade. É viver em sintonia com o Espírito que, de forma irreversível, quer suscitar em nós um “coração novo” e renovar a face da terra, suas estruturas e organizações.
Há ainda muito a fazer. Há horizontes a prosseguir, caminhos a percorrer, iniciativas a promover.
Os problemas parecem maiores do que os esforços empreendidos. Só a fé alicerçada no amor alimenta a esperança num mundo melhor, numa sociedade digna da condição humana, numa Igreja que, graças ao Espírito Santo, permanece fiel ao mandato de Jesus Cristo e o prolonga no tempo por meio de nós.
A coragem de evangelizar é a medida do amor. Agir com o coração em benefício de todos, sobretudo dos mais necessitados. Dando e recebendo o que há de melhor na vida: Colaborar com Deus no projecto de salvação; estar disponível para a missão, pronto para servir sem hesitação, firme na convicção.
Esta é a fonte da nossa alegria. Esta é a razão da nossa maior responsabilidade. Colaborar com Deus para que Jesus realize a sua obra e todos possam descobrir e apreciar o amor com que somos amados.
Então, encher-se-ão de brilho os olhos da humanidade inteira, de contentamento os corações amargurados, de alimento os estômagos atrofiados, de esperança as aspirações silenciadas, de harmonia o universo, liberto de tudo o que desumaniza e aberto à plenitude que, sorridente, nos atrai à família dos filhos de Deus reunidos à mesa do Pai comum a celebrar festivamente a sua vida em família.
O serviço à missão reveste muitas e atraentes modalidades. Umas já estão experimentadas com êxito, outras terão de ser criadas pela “fantasia da caridade”. É o desafio que o Espírito nos faz por meio das situações provocantes que exigem soluções concretas
A oração é o primeiro e principal contributo missionário. É tempo de rezar mais e, sobretudo, melhor. Procurar a sintonia e o ritmo do coração de Cristo. Escutar o desabafo que sempre nos segreda: Vim para que tenham vida em abundância. Ide até aos confins da terra e comunicai esta boa nova a todas as pessoas que Deus ama. A vós, a ti confio esta missão, fruto do meu amor e prova da tua fé.

Pe Georgino Rocha
Obrigada Karina!

quinta-feira, outubro 18, 2007

Enquanto houver.

Enquanto houver um sorriso
Enquanto houver um fascínio
Vento a soprar-nos na cara
E a roupa a tocar na pele
Enquanto houver companhia
Nos avessos do caminho
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar poesia
Enquanto lançarmos sonhos
Com a força da maré
E desvendarmos o mundo
Entre incertezas e fé
E as coisas oscilarem
Ao segredar-se uma jura
Podem rasgar-nos alma
Que há-de sobrar a ternura
Enquanto houver um disparo
Que rompa um silêncio vão
Enquanto o tempo doer
Ao escorregar-nos das mãos
E trocarmos a desculpa
Pela culpa da verdade
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar-nos vontade
Letra: Mafalda Veiga

sexta-feira, outubro 12, 2007

Das coisas que Deus me deixa ditas atrás das orelhas.

Hoje estava capaz de sair por aí. Meter a quinta, não sair dela e, desassossegada, largar a procurar, do vento e do salitre, o que de um faz com que o outro se cole ao cabelo e à pele, arrefeça as pálpebras e salgue mais as lágrimas.
Porque, por hoje, carente, procurava com exaustão o afago num gesto, o abraço no enleio de uma aragem soprada com mais força, o conforto num ninho improvisado entre pedras, a acalmia do mundo, por esta hora, a perscrutar alguma esperança, o meu ansiado sentido num astro caído com rumo predestinado, o meu futuro. O que preciso, agora, neste Teu acalento universal.
Hoje quero para mim muito mais do que o que tenho. Quero-me mais do que a mim só. Quero-me a mim Contigo a baralhar as leis da Vida e a fazer crescer, sem ver-lhes depois as mãos, os meus braços. Quero retribuir, no inadiável hoje, o Amor que me tens. Adubar o coração, porque também precisa, e esticar infinitamente a vontade que tenho de Ti.
Quero a graça de um colo onde caiba o Mundo e a exiguidade de uma testa que deixe que Te sobeje o ombro.
Quero-me ao lado, alada, colada. Comprometida, incontida e desmedida.
Sempre.