Há coisas que não cabem nas palavras simples. Por serem tão… (lá está) não dão para se dizer.
Mas o frio que fez hoje de manhã dá para ser dito. Foi frio com sol. Frio sem chuva nem humidade. Frio de Lisboa e mais nada. Frio como eu gosto. Frio daquele que deixa a cara fria, o nariz vermelho e os olhos a chorar.
Mas hoje, se pudesse, ia deitar-me num canto qualquer na foz do Tejo. Fechava os olhos, esperava por aquele vento que volta e meia traz as conversas que alguém perde enquanto passa, a poeira que os pés levantam e prolongava mais um pouco este aperto e este querer-me aí. Se cerrasse os olhos com força talvez me concedesse um desejo e trouxesse o cheiro do mar que morre nas pedras do paredão do meu sítio.
A saudade é como as ondas. Vêm, vão e nunca voltam as mesmas.
Talvez por me lembrar dos fins de tarde ventosos na praia, das caminhadas infindáveis no paredão, daquelas coisas a que só damos o devido valor quando as temos longe, hoje estou mais como eu. Já me detive o bastante para concluir que volta e meia é mesmo assim. Mas hoje estava mesmo capaz de me ir embora.
Ontem. 4º dia. O dia depois do dia especial que por sua vez se seguiu a outro dia e outra noite diferentes.
Dia de virem a rabugice e a impaciência inevitáveis depois de duas noites mal dormidas e de algum cansaço acumulado. Dia de implicar mais, de falar menos. Dia de andar com os olhos a brilhar a ponto de se perceber. Dia de balanços e ponderações. Dia de estar por aqui para não estranhar demais a agitação do mundo.
Atrevo-me a dizer que foi duro vir para cá ainda no domingo. A companhia e a conversa acabaram por ajudar e atenuaram aquela sensação que fica no peito e que se sente mesmo como se lá dentro estivesse qualquer coisa de diferente. E estava. E está.
É bom quando apostamos na felicidade dos outros mesmo quando o tempo que levam a descobri-la nos traz algumas desilusões, frustrações, cansaços, desapontamentos, decepções. No fim vem o conforto de Quem espera mais de mim e de ti e de nós. Esse aconchego nunca falha e só isso permite que se continue no ringue de dentro a travar a “luta por dentro”.
E com isso vêm as coisas que não se explicam. As tais que não cabem nas palavras e por isso não adianta dizê-las. Foram quase três dias repletos dessas coisas que não dão para se dizer, mas nas quais tropeçamos a cada instante.
Foi assim na alegria do caminho, na camaradagem, nas gargalhadas altas e nas conversas sem motivo, nexo ou sentido.
Foi assim no frio, no escuro, na dificuldade, na necessidade de confiar. Foi assim no desconforto e no esforço para por de parte os comodismos. Foi assim nos excessos e nas consequências.
Foi assim quando chegou o momento de nos olharmos, de nos encararmos e de descobrirmos Deus nos nossos traços e a proporção que Lhe cabe do brilho dos nossos olhos.
Foi assim nas certezas, nas dúvidas, nos não sei mas não quero saber, nos não sei mas quero encontrar mais.
Foi assim no silêncio que convidou à oração e no qual desfizemos nós que ainda reprimiam o que tínhamos dentro. Foi assim na dificuldade de nos olharmos nos olhos e de deixarmos transparecer o que nunca tinha sido dito.
Foi assim no sono que já não havia e na serenidade do rosto de quem ainda dorme.
Foi assim no abraço adivinhado e que responde a tudo, mas mais ainda ao que se quer tanto nesse instante.
Foi assim no envio e nas propostas para esta Vida em que “o Amor é a única bagagem que não pode ficar para trás”. Foi assim no balanço final, no regresso, na chuva que já caía no outro lado onde também vamos estando.
Foram, assim, três dias plenos de Ti.
Mas o frio que fez hoje de manhã dá para ser dito. Foi frio com sol. Frio sem chuva nem humidade. Frio de Lisboa e mais nada. Frio como eu gosto. Frio daquele que deixa a cara fria, o nariz vermelho e os olhos a chorar.
Mas hoje, se pudesse, ia deitar-me num canto qualquer na foz do Tejo. Fechava os olhos, esperava por aquele vento que volta e meia traz as conversas que alguém perde enquanto passa, a poeira que os pés levantam e prolongava mais um pouco este aperto e este querer-me aí. Se cerrasse os olhos com força talvez me concedesse um desejo e trouxesse o cheiro do mar que morre nas pedras do paredão do meu sítio.
A saudade é como as ondas. Vêm, vão e nunca voltam as mesmas.
Talvez por me lembrar dos fins de tarde ventosos na praia, das caminhadas infindáveis no paredão, daquelas coisas a que só damos o devido valor quando as temos longe, hoje estou mais como eu. Já me detive o bastante para concluir que volta e meia é mesmo assim. Mas hoje estava mesmo capaz de me ir embora.
Ontem. 4º dia. O dia depois do dia especial que por sua vez se seguiu a outro dia e outra noite diferentes.
Dia de virem a rabugice e a impaciência inevitáveis depois de duas noites mal dormidas e de algum cansaço acumulado. Dia de implicar mais, de falar menos. Dia de andar com os olhos a brilhar a ponto de se perceber. Dia de balanços e ponderações. Dia de estar por aqui para não estranhar demais a agitação do mundo.
Atrevo-me a dizer que foi duro vir para cá ainda no domingo. A companhia e a conversa acabaram por ajudar e atenuaram aquela sensação que fica no peito e que se sente mesmo como se lá dentro estivesse qualquer coisa de diferente. E estava. E está.
É bom quando apostamos na felicidade dos outros mesmo quando o tempo que levam a descobri-la nos traz algumas desilusões, frustrações, cansaços, desapontamentos, decepções. No fim vem o conforto de Quem espera mais de mim e de ti e de nós. Esse aconchego nunca falha e só isso permite que se continue no ringue de dentro a travar a “luta por dentro”.
E com isso vêm as coisas que não se explicam. As tais que não cabem nas palavras e por isso não adianta dizê-las. Foram quase três dias repletos dessas coisas que não dão para se dizer, mas nas quais tropeçamos a cada instante.
Foi assim na alegria do caminho, na camaradagem, nas gargalhadas altas e nas conversas sem motivo, nexo ou sentido.
Foi assim no frio, no escuro, na dificuldade, na necessidade de confiar. Foi assim no desconforto e no esforço para por de parte os comodismos. Foi assim nos excessos e nas consequências.
Foi assim quando chegou o momento de nos olharmos, de nos encararmos e de descobrirmos Deus nos nossos traços e a proporção que Lhe cabe do brilho dos nossos olhos.
Foi assim nas certezas, nas dúvidas, nos não sei mas não quero saber, nos não sei mas quero encontrar mais.
Foi assim no silêncio que convidou à oração e no qual desfizemos nós que ainda reprimiam o que tínhamos dentro. Foi assim na dificuldade de nos olharmos nos olhos e de deixarmos transparecer o que nunca tinha sido dito.
Foi assim no sono que já não havia e na serenidade do rosto de quem ainda dorme.
Foi assim no abraço adivinhado e que responde a tudo, mas mais ainda ao que se quer tanto nesse instante.
Foi assim no envio e nas propostas para esta Vida em que “o Amor é a única bagagem que não pode ficar para trás”. Foi assim no balanço final, no regresso, na chuva que já caía no outro lado onde também vamos estando.
Foram, assim, três dias plenos de Ti.
2 comentários:
Sara, antes d mais, deixa.m k t diga k s algum dia xcreveres um livro ou dois, 3.. eu vou ser uma leitora assidua dos mesmos..
xkreves coisas tão lindas, tão sinceras, tão sossegadas.. transmites.me paz com as tuas palavras..
foram 3 dias inesqueciveis.. assim como tb os do 1º retiro foram, assim como cada momento em k damos por nós a pensar ' gostava d partilhar exte momento com x pexoa, com n amigos.. assim como cada dia á sua maneira nos marca e nos permite crescer um pouco mais...
bjinho grand em ti
**
Jake
Acabei de escrever coisas espantásticas e prdi o post...oohhh
Cada frase deste texto, cada letra tem-no a Ele, a ti, a mim, á equipa e principalmete ás 22 razões do nosso contentamento! Por isso é um texto tão humano, tão cheio de pessoas, de recordações boas, de desafios, de confrontos, de caminho afinal...
Há sentimentos que se não explicam porque as palavras são sempre demasiado minusculas para caracterizar sensações, momentos, gargalhadas ou preocupações que se lá passaram...Foi tão bom ser veículo...Foi tão bom criar empatias...Foi tão transbordante como cansativo!!!Voltamos?!?
Podia até brincar com a frase da serenidade em quem dorme....aaiii...Mas afinal essa tua tosse deu te para descansar menos. n vou brincar. Foi tão fantastico o ambiente lá no IDESO que uma piada menos conseguida estragaria tantas palavras que nos fazem sonhar quando escreves...Por vezes fazes nos entrar
Obrigado pela tua serenidade ,és um ponto de equilibrio numa equipa, sensação de refugio e tranquilidade...Não é, de facto normal!!!! Mas assim és tu, anormalmente cheia de classe...
Obrigado pelo teu tu tu tu...Não fui eu, eu eu, foi Ele e nós como seus veiculos...Recordo me agora e voltava lá agora...;MAs com cabeceiras e mantas mais asseadas!!!
" A felicidade não está no fim da Jornada e sim em cada curva do caminho que percorremos a encontrá-la!!!" ... Foi uma bela curva!!!
Beijo grande
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